Investigadora do CVARG participa em Escola Internacional de Geoquímica no Vulcão Etna
A investigadora do CVARG Fátima Viveiros foi convidada a participar na 1ª Escola Internacional de Geoquímica que decorreu no Vulcão Etna entre 1 e 6 de agosto de 2016. A investigadora, única representante de Portugal, integrou a equipa de docentes de várias nacionalidades (Itália, Alemanha, Grécia e Bélgica) que apresentaram temas relacionados com a geoquímica de gases aplicada a regiões vulcânicas. Este evento contou com a participação de 22 alunos de 13 nacionalidades, de vários níveis de estudo, desde alunos de mestrado a pós-doutorados em início de carreira.
Fátima Viveiros lecionou uma aula sobre a influência de parâmetros ambientais em áreas de desgaseificação difusa, apresentando vários casos de estudo desenvolvidos no arquipélago dos Açores, e estabelecendo comparação com outras áreas de desgaseificação semelhantes em Itália e Espanha. A investigadora salientou que esta foi uma oportunidade muito gratificante e que a integração de aulas teóricas e excursões de campo ao Vulcão Etna permitiu a aplicação “in situ” dos conhecimentos adquiridos pelos alunos.
Desde o final de 2015 que o Vulcão Etna apresenta incremento da atividade vulcânica, tendo em maio de 2016 inclusivamente sido palco de erupções de caráter explosivo tipo sub-pliniano. Esta mudança de estilo de atividade do vulcão mais ativo da Europa constitui um desafio para os cientistas em termos de monitorização e evolução da sua atividade. Durante os trabalhos, os participantes tiveram oportunidade de observar algumas erupções de cinza que caracterizaram a atividade na Cratera Sudeste a partir do dia 3 de agosto.
As excursões efetuadas durante o curso permitiram a utilização de várias técnicas de medição de gases vulcânicos e incluíram uma deslocação à Cratera Nordeste do Vulcão Etna, ondes as emissões de gás são dominadas pela presença de dióxido de enxofre (SO2) e medições na “Bottoniera”, resultado de erupção ocorrida em 2002 e onde emissões fumarólicas de cerca de 80ºC podem ser medidas. Para além dos trabalhos desenvolvidos no Vulcão Etna, o curso contou com a amostragem de gases em vulcões de lama que se encontram a cerca de 40 km do vulcão e que resultam da interação de fenómenos vulcânicos e sedimentares. Estas emissões foram letais em tempos recentes quer devido a explosões de gás sem sinais precursores, quer devido à emissão de gases tóxicos como o dióxido de carbono e o metano.
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