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(Foto: NASA in Visão Verde)
02-08-2017 12:00
 
Recursos disponíveis na Terra esgotam-se hoje, dia 2 de agosto

​De acordo com a organização internacional Global Footprint Network, hoje, dia 2 de agosto, a humanidade esgota os recursos disponíveis da Terra para este ano, isto é, dentro do que a natureza pode repor. É, portanto, um novo recorde, mas não será o último se a tendência de antecipação da data, que se tem mantido contínua e persistente desde há quase cinco décadas, não sofrer nenhuma alteração de fundo. Em 2016, este marco foi ultrapassado a 8 de agosto, em 2015 a 13 de agosto, e assim sucessivamente. Só nos últimos 10 anos houve uma antecipação em 54 dias desta marca de insustentabilidade para a Terra.

 

A associação ambientalista Zero relembra o caso de Portugal, cuja pegada ecológica fica muito aquém do desejado, correspondendo aos recursos de 2,3 planetas. Embora seja o nono país com a pegada mais baixa dos 28 da União Europeia, e esteja muito abaixo de "campeões" como a Austrália, que consome atualmente 5,2 Terras, os Estados Unidos (5), a Rússia (3,4), a Alemanha (3,2), a França (3) e até a Espanha (2,4), Portugal é um contribuinte líquido para a situação de insustentabilidade dos recursos da Terra. Se a humanidade consumisse ao ritmo anual dos portugueses, os recursos esgotar-se-iam a 10 de junho. O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica de Portugal.

 

O chamado de Overshoot Day, quando os recursos se esgotam, é um indicativo de que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida. Para isso urge a necessidade de mudar políticas e atitudes. Assim, em Portugal a associação Zero aposta nomeadamente em mudanças na alimentação e na mobilidade, tanto nas políticas públicas como nos comportamentos dos cidadãos, de forma a diminuir a pegada ecológica do país. Uma medida fundamental deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, há que mudar o paradigma de 'usar e deitar fora', muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de 'ter menos, mas de melhor qualidade'. Outra das propostas da Zero é a promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas. A Zero recomenda ainda a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a "mobilidade suave" e a partilha do transporte (car-sharing).


A Zero defendo que "evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos". 



Fontes


Visão Verde
Diário de Notícias
Lusa

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