Investigadores do IVAR publicam artigo científico sobre as erupções históricas da ilha de São Jorge
As duas erupções subaéreas que ocorreram nos tempos históricos na ilha de São Jorge (Açores), nomeadamente em 1580 e em 1808, estão entre as mais mortíferas dos Açores, apesar da composição basáltica do material emitido.Estas erupções diferem das ocorridas recentemente em outras ilhas do arquipélago, pelo desenvolvimento de fraturas ao longo de vários quilómetros e pela mobilização de magmas quimicamente diferentes. Os acontecimentos que ocorreram durante estes eventos eruptivos estão descritos em relatos históricos, em alguns casos incompletos. Os produtos emitidos e a morfologia do terreno foram significativamente alteradas quer por atividade antrópica, quer pela luxuriante vegetação que se desenvolve na ilha.
Estes aspetos dificultam o estudo destas erupções vulcânicas e por isso os investigadores Vittorio Zanon e Fátima Viveiros decidiram aplicar uma abordagem integrada ao longo de cerca de 10 anos combinando a reavaliação dos relatos existentes, várias campanhas de amostragem, estudo de fotografia aérea, dados de petrografia das rochas, dados de geoquímica do material emitido e inclusões fluidas, de forma a reconstruir a história eruptiva das erupções e a avaliar o risco associado a eventos futuros deste tipo não só para a ilha de São Jorge, mas também para outras áreas com vulcanismo semelhante.