A Terra treme a cada 26 segundos e os cientistas não têm explicação
Desde o inicio dos
anos 60, que os sismógrafos têm detetado uma vibração a cada 26 segundos, como
se de um relógio se tratasse. Embora seja apenas um ténue bip, é o suficiente para conseguir ser detetado pelos aparelhos de
alta precisão. Apesar da avançada tecnologia que o ser humano tem ao dispor,
ainda está por desvendar a razão deste fenómeno. Várias teorias e explicações de
especialistas já tentaram desvendar o fenómeno, no entanto sem nenhuma conclusão
até hoje.
Este sinal, pulso,
classificado como mircossismo, foi documentado pela primeira vez no inicio dos
anos 1960 por Jack Oliver, investigador do Observatório Geólogo Lamont-Doherty,
nos Estados Unidos da América.
De acordo com o
investigador, este sinal é proveniente de um lugar a sul do Equador no Oceano
Atlântico e, que o sinal é mais forte nos meses de inverno do hemisfério sul (ou
verão no hemisfério norte). Em 1980, Gary Holcomb, geólogo da United States
Geological Survey (USGS), ao examinar o registo sísmico concluiu que este é
mais forte durante tempestades.
Em 2005, Mike
Ritzwoller, sismólogo da Universidade do Colorado, juntamente com a sua equipa,
juntaram todos os dados obtidos anteriormente por Jack Oliver e Gary Holcomb.
Entretanto, o então estudante graduado Greg Bensen, fez alguns avanços na
pesquisa e trabalho de laboratório, posteriormente apresentados a Belsen.
Após examinarem os
registos de todos os ângulos possíveis, a equipa foi capaz de triangular os
pulsos até obterem a sua origem no Golgo da Guiné, na Costa ocidental de
África. Este trabalho juntamente com o trabalho de Oliver e Holcomb, deu rigem
a um estudo publicado em 2006 na Geophysical Research Letters.
Apesar deste
trabalho publicado, mais nenhum estudo foi feito para confirmar a fonte desta
atividade sísmica regular. Para uns investigadores pode ser causada por ondas,
para outros a origem é de atividade vulcânica.
Segundo Ritzwoller,
“O ruído sísmico existe basicamente por causa do sol. A nossa estrela aquece a
Terra mais no equador do que nos polos, o que gera ventos, tempestades,
correntes e ondas oceânicas. Quando uma onda atinge a costa, a energia é
transferida para a Terra. É como se estivesse a bater na sua mesa. Ele deforma
a área próxima à sua junta, mas depois está a ser transmitido por toda a mesa.
Então, alguém sentado do outro lado da mesa, se colocar a mão, ou talvez a
bochecha na mesa pode sentir a vibração”.
Mais recentemente,
em 2013 e ainda sem explicações seguras, Garrett Euler, sismólogo da
Universidade de Washington, apresenta outra localização mais precisa para a
origem deste fenómeno. De acordo com o sismólogo, dá-se numa parte do Golgo da
Guiné, chamada Bright of Bonny. Defende ainda que o argumento que as ondas
atingem a costa seja provavelmente a causa.
De acordo com Doug
Wiens da Universidade de Washington - “Quando as ondas cruzam o oceano, a
diferença de pressão na água pode não ter muito efeito no fundo do oceano. Mas
quando atinge a plataforma continental – onde o solo sólido está muito mais
próximo da superfície – a pressão deforma o fundo do oceano (da mesma forma que
bater numa mesa deforma a superfície) e causa pulsos sísmicos que refletem a
ação das ondas”.
Apesar desta teoria,
um artigo do mesmo ano apresentado por uma equipa do Instituto de Geodesia e
Geofisica em Wuhan na China, defendem que a fonte mais provável do microssismo
de 26 segundos é um vulcão. A teoria baseia na suspeita de que o ponto de
origem do pulso é próximo a um vulcão na ilha de São Tomé, na Baía de Bonny.
Sessenta anos
depois, continua por se perceber e compreender este fenómeno que faz com que a
Terra trema a cada 26 segundos.