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em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Açores ► Ciência

Área suscetível de ser afetada por piroclastos de queda emitidos numa erupção sub-Pliniana durante os meses de verão. Projeção UTM, Zona 26S; Datum WGS84.
08-02-2021 10:00
 
Investigadores do IVAR/CIVISA publicam estudo sobre o impacto de erupções vulcânicas explosivas na economia dos Açores

Foi publicado recentemente um estudo multidisciplinar na revista científica internacional “Natural Hazards and Earth System Sciences” que permitiu, pela primeira vez nos Açores, quantificar economicamente as perdas resultantes de uma erupção vulcânica explosiva no turismo.

Como região vulcânica ativa, os Açores oferecem condições excecionais para o turismo de natureza, um dos principais eixos de crescimento económico do arquipélago. Estão, pois, vulneráveis a futuras erupções que podem ter consequências económicas a longo prazo para este setor. Com efeito, ao longo dos seus cinco séculos de história, os Açores foram palco de cerca de 30 erupções vulcânicas, algumas das quais com repercussões significativas, como é exemplo a erupção de 1957-1958, do vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial. Assim, torna-se fundamental avaliar a sua vulnerabilidade aos perigos vulcânicos a fim de mitigar o risco associado.

Neste estudo foram considerados dois cenários eruptivos para o vulcão do Fogo (Água de Pau), localizado na parte central da ilha de São Miguel: um mais provável, referente a uma erupção subpliniana de Índice de Explosividade Vulcânica (VEI) 4, e o pior caso possível correspondente a uma erupção pliniana de VEI5, ambos a emitir piroclastos de queda e de fluxo. Foi também tida em consideração a influência das diferentes condições de vento típicas dos meses de verão e de inverno na dispersão de piroclastos de queda nos dois cenários considerados.

Os resultados das simulações numéricas foram sobrepostos às infraestruturas e edifícios turísticos do concelho de Vila Franca do Campo, previamente identificados e cartografados, permitindo verificar quais os elementos expostos em risco.

Este trabalho, que contou com investigadores do IVAR, do CIVISA e da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade dos Açores, propõe uma nova abordagem para avaliar o impacto económico das erupções explosivas no sector turístico da ilha de São Miguel, através do método do valor atualizado da perda, ao estimar a receita anual gerada pelas unidades de alojamento do concelho de Vila Franca do Campo, ao longo de 30 anos para diferentes cenários. Esta avaliação do impacto económico foi realizada com indicadores de 2018, e revela que num cenário de quase destruição total, a perda económica é de aproximadamente 145 milhões de euros, considerando uma taxa de atualização de 2%.

A metodologia utilizada pode ser aplicada a outras regiões vulcânicas, como também a outros perigos geológicos e setores económicos.
A avaliação de risco e do perigo vulcânico torna-se, portanto, essencial para comunidades onde as pessoas vivem lado a lado com vulcões ativos, sendo que este tipo de estudos multidisciplinares constituem uma ferramenta fundamental para a implementação de estratégias que visem a mitigação do risco vulcânico, o planeamento adequado dos usos do solo, a gestão de emergência e a implementação de planos de recuperação económica pós-desastre.

Este estudo foi realizado no âmbito do projeto Erupção - “Avaliação do impacto de erupções vulcânicas explosivas na economia do mar, no turismo e na agricultura e suas repercussões no sistema económico e no bem-estar social nos Açores”, financiado pelo Programa Operacional dos Açores 2020.




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