A presença de cinzas vulcânicas sobre os céus da Europa era uma situação inimaginável para muitos dos países europeus que não possuem no seu território vulcões activos. No entanto, cenários semelhantes têm sido frequentemente trabalhados pela ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil), Centros de Aviso de Cinzas Vulcânicas (VAAC), centros de controlo aéreo, observatórios vulcanológicos e Organização Mundial de Meteorologia, com o objectivo testar e avaliar os planos de contingência, procedimentos e a capacidade de resposta das várias entidades envolvidas, incluindo companhias aéreas, e deste modo garantir as máximas condições de segurança ao transporte aéreo.

Os cenários criados têm envolvido erupções vulcânicas originadas na Islândia, no arquipélago dos Açores (Portugal) e em Itália e têm permitido estabelecer rápidos fluxos de comunicação entre todos os agentes envolvidos, condição crítica para evitar qualquer encontro entre as aeronaves e as nuvens de cinzas vulcânicas. O exercício mais recente ocorreu no passado dia 2 de Março, com a simulação de uma erupção explosiva no Vulcão da Caldeira, ilha do Faial.

O resultado de todo o trabalho desenvolvido está bem patente na elevada coordenação internacional, a nível europeu, que permitiu que o perigo imediato da erupção vulcânica na Islândia para a aviação fosse rapidamente transmitido pelo observatório vulcanológico da Islândia (IMO) ao Centro de Aviso de Cinzas Vulcânicas de Londres que, por sua vez,  divulgou toda a informação necessária aos vários fornecedores de serviços aéreos e utilizadores dos espaços aéreos.

No caso de uma erupção vulcânica nos Açores estão envolvidos na coordenação imediata de tal tipo de situações o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA,) entidade responsável pelas observações vulcanológicas na Região, o Centro de Controlo Oceânico de Santa Maria, o VAAC de Toulouse e o Instituto de Meteorologia.