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Referência Bibliográfica


GASPAR, J.L. (2000) - Os movimentos de massa de 1997 no concelho da Povoação (S. Miguel, Açores): medidas preventivas e acções de protecção civil. IV Conferência da Associação Ibero-Americana de Organismos Governamentais de Defesa e Protecção Civil. S. Miguel, Ponta Delgada, 26 - 28 de Setembro (Comunicação Oral).

Resumo


Na madrugada do dia 31 de Outubro de 1997 ocorreram na ilha de S. Miguel inúmeros movimentos de massa, na sequência dos quais perderam a vida 29 pessoas na Ribeira Quente. Os concelhos da Povoação e do Nordeste, na parte oriental da ilha, foram particularmente afectados, registando danos materiais significativamente avultados. Casas destruídas, estradas cortadas, pontes danificadas e terrenos de aproveitamento diverso cobertos por lama determinaram, entre outros aspectos, a situação de calamidade observada.
 
As escoadas detríticas que se desenvolveram eram maioritariamente constituídas por cinzas e pedra pomes, incluindo, de um modo geral, uma significativa quantidade de árvores, com o seu sistema de raízes praticamente intacto, troncos, ramos e restos de diversas plantas de porte variável. A grande maioria dos movimentos de massa observados foram bastante superficiais, constatando-se que o material remobilizado não excedeu a profundidade normalmente atingida pelas raízes das árvores de maior porte. Os escorregamentos de maior magnitude desenvolveram-se, no entanto, ao longo de planos um pouco mais profundos, da ordem de alguns metros, aproveitando possivelmente zonas de fraqueza já existentes.
 
O agente do fenómeno em questão foi a chuva torrencial registada na madrugada de 31 de Outubro, cuja capacidade destrutiva poderá ter beneficiado da vulnerabilidade das formações geológicas, saturadas em água na sequência de um prolongado período de chuvas. Paralelamente, os ventos fortes que se fizeram sentir poderão ter sacudido com especial intensidade as árvores, provocando oscilações ao nível das raízes de modo a aumentar a instabilidade dos terrenos. No que concerne aos escorregamentos de maior magnitude admite-se que possam ter estar relacionados com fendas e fracturas preexistentes, cujo desenvolvimento se deverá ter iniciado alguns dias ou mesmo meses antes.
 
A possibilidade de se virem a registar novos movimentos de massa é francamente elevada. Entre outros aspectos, a precipitação, a ocorrência de ventos fortes, eventuais fenómenos sísmicos e/ou vulcânicos, ou mesmo causas não naturais, resultantes da intervenção do homem, podem, individualmente ou em conjunto, desencadear novos episódios a curto prazo. Tal observação exige a tomada de medidas preventivas rigorosas e a urgente implementação de sistemas de monitorização e alerta para a pronta activação dos mecanismos de protecção civil

Observações


Anexos