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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Teses ► Mestrado

 

Referência Bibliográfica


CRUZ, M.I. (2006) - Contribuição para o estudo geoquímico do Complexo Vulcânico dos Cedros, ilha do Faial. Dissertação​ de Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos, Universidade dos Açores, 105p.


Resumo


​O arquipélago dos Açores, localizado na zona de junção das placas litosféricas americana, eurasiática e africana, é uma região geodinamicamente activa e privilegiada para o estudo do vulcanismo nas suas várias vertentes. A ilha do Faial situa-se a leste da dorsal atlântica e pertence ao grupo central, sendo a ilha mais a ocidente do seu grupo.

 

A ilha do Faial foi edificada ao longo de quatro fases distintas. A primeira e segunda fases deram origem ao Vulcão da Ribeirinha, actualmente extinto, e ao Vulcão da Caldeira. As terceira e quarta fases resultaram de actividade fissural nos sectores SE e W da ilha, formando-se a Plataforma da Horta e a Península do Capelo, respectivamente. Os produtos emitidos pelo Vulcão da Caldeira pertencem ao Complexo Vulcânico dos Cedros dividido em Grupo Inferior e Grupo Superior. O Grupo Inferior é constituído por lavas de natureza essencialmente basáltica e benmoreítica com idades compreendidas entre os 410 000 e os 16 000 anos. O Grupo Superior estende-se de há 16 000 anos até à actualidade, integrando 14 erupções com produtos pomíticos de natureza traquítica.

 

A caracterização petrográfica e geoquímica dos produtos do Complexo Vulcânico dos Cedros permitiu identificar a existência de uma série magmática alcalina constituída por basaltos, havaítos, shoshonito, benmoreítos e traquitos. A cristalização fraccionada parece ser o processo de diferenciação dominante a actuar numa câmara magmática estratificada a pouca profundidade. É ainda necessário recorrer à intervenção de outro(s) processo(s) petrogenético(s) para explicar o comportamento e a evolução cujos constituintes químicos não se encontram em conformidade com uma evolução segundo a lei de Rayleigh.

 

O estudo petrológico e geoquímico aplicou-se também a rochas do Complexo Vulcânico do Capelo, como forma de inferir possíveis relações em profundidade entre este e o Complexo Vulcânico dos Cedros.

 

Com base na estratigrafia conhecida para o Grupo Superior do Complexo Vulcânico dos Cedros, apresenta-se uma tentativa de explicação para a variação de comportamento do Vulcão Central, aos 16 000 anos. Dada a complexidade do problema, sugerem-se estudos e metodologias possíveis a aplicar, que se consideram pertinentes para o esclarecimento da situação, bem como para o conhecimento do comportamento do vulcão. Nos estudos propostos encontra-se a metodologia adquirida no Institute de Physique du Globe de Paris para compreender os processos de desgaseificação que actuaram ao longo das erupções estudadas.

Observações


Anexos