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em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
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Teses ► Mestrado

 

Referência Bibliográfica


PIMENTEL, D. (2004) - Contribuição para a vulcanoestratigrafia da sequência eruptiva recente do flanco norte do Vulcão do Fogo, S. Miguel (Açores). Dissertação​ de Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos, Universidade dos Açores, 126 p.


Resumo


O vulcão do Fogo é um dos três vulcões poligenéticos activos de S. Miguel, localizado entre o Sistema Vulcânico da Região dos Picos e o Sistema Vulcânico do Congro-Achada das Furnas, numa zona da ilha onde se intersectam importantes sistemas de falhas locais e regionais. Este maciço é dominado por um edifício vulcânico poligenético, cortado no seu topo por uma caldeira, cuja génese está associada a diversos episódios de carácter explosivo. Nos seus flancos encontram-se várias formas vulcânicas, correspondentes a cones de escórias basálticas (s.l.), domos traquíticos e alguns cones de pedra pomes. Este maciço evidencia uma morfologia bastante complexa, encontrando-se profundamente afectado pela erosão, devido à forte pluviosidade e natureza dos seus depósitos de cobertura. O flanco norte do maciço é, em grande parte, marcado pelo designado graben da Ribeira Grande, de direcções entre NW-SE e NNW-SSE, onde ocorreu uma subsidência considerável (Mueke et al., 1974).

 

Nos últimos anos, os trabalhos de índole vulcanológica realizados neste vulcão permitiram definir uma estratigrafia para este vulcão, melhor definida no flanco sul, para os últimos 40 000 anos. No flanco norte, os produtos vulcânicos estão pouco expostos, tornando as correlações difíceis, devido a factores como a substancial subsidência do referido graben, a forte cobertura vegetal e a intensa erosão.

 

Na sequência da abertura de novas vias de comunicação e o aparecimento de novos afloramentos, e de modo a dar-se um contributo para melhorar a vulcanoestratigrafia recente do flanco norte, procedeu-se ao estudo dos depósitos mais recentes encontrados neste flanco. A integração dos elementos recolhidos, com os dados previamente existentes, permitiu estabelecer algumas correlações estratigráficas entre os depósitos encontrados no flanco norte, em particular os da Formação da Ribeira Chã (Wallenstein, 1999). No presente trabalho, esta formação foi identificada no flanco norte, previamente documentada apenas no flanco sul, com uma idade de 8000 a 12000 anos BP (Wallenstein, 1999). Foi também reconhecido o depósito da Formação do Fogo A, datado de há cerca de 5 000 anos (Walker e Croasdale, 1971). Deste modo, foi estabelecida a ligação estratigráfica entre ambos os flancos, ao nível da Formação da Ribeira Chã.

 

Foram também documentadas quatro sequências de depósitos, com base na sua posição em relação à Formação da Ribeira Chã. As Sequências Indiferenciadas das zonas dos Camalhões e das Caninas, constituídas fundamentalmente por depósitos piroclastos de natureza traquítica, com idades superiores à da Formação da Ribeira Chã. As Formações do Espigão e do Poço do Cavalo, constituídas por piroclastos traquíticos e basálticos, são ambas posteriores à Formação da Ribeira Chã, mas anteriores à Formação do Fogo A.

 

Em relação às formações previamente documentadas por Wallenstein (1999) no flanco norte, nomeadamente as formações dos Fenais da Luz; Porto Formoso; Barrosa e Coroa da Mata, apesar de terem sido colectados novos dados em alguns casos, não foi possível melhorar as relações estratigráficas previamente estabelecidas por aquele autor. Contudo, foi possível melhorar a estratigrafia em relação à Formação da Chã das Gatas, estabelecendo-se que esta formação, sem o ignimbrito do topo, é mais antiga que a Formação da Ribeira Chã.

Observações


Anexos