Uma equipa de peritos da Protecção Civil italiana, acompanhados por investigadores do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores, participou numa saída de campo aos vulcões do Fogo e das Furnas com o intuito de observarem locais onde, no passado, se registaram importantes fenómenos geológicos (sismos, erupções, movimentos de vertente e fenómenos de desgaseificação).

No decorrer da missão, os especialistas começaram por ver a área afectada pelo sismo que ocorreu em 1522 e pelo movimento de vertente que se lhe seguiu, um evento que na sua globalidade destruíu grande parte de Vila Franca do Campo. Neste contexto, debateu-se a necessidade de em regiões como a dos Açores se fazer uma análise de multiperigos.

No Vulcão das Furnas, a equipa italiana visitou os dois campos fumarólicos presentes no interior da caldeira, observou os centros eruptivos históricos de 1439-43 e de 1630, e deslocou-se à Ribeira Quente onde foram tecidas considerações sobre os multiperigos aí existentes e já ocorridos na passado, com especial incidência para os movimentos de vertente despoletados quer no decorrer de erupções vulcânicas (como no caso de 1630), quer por períodos de precipitação intensa (como o registado na madrugada de 31 de Outubro de 1997). Na ocasião, Fátima Viveiros, investigadora do Centro de Vulcanologia, referiu a problemática associada à desgaseificação difusa em toda a área daquela freguesia. No local, debateu-se, ainda, a questão das acessibilidades, em especial num caso de catástrofe em que haverá necessidade de socorro imediato.

Durante a visita ao Vulcão do Fogo e após algumas considerações sobre as erupções históricas e a sismicidade que caracterizam este aparelho vulcânico activo de S. Miguel, a equipa da Protecção Civil teve oportunidade de visitar a zona de desgaseificação actualmente presente na área das Caldeiras da Ribeira Grande, onde foram explicados quais os problemas relativos à saúde pública aí existentes e quais as técnicas de monitorização presentemente em fucionamento.

De regresso a Ponta Delgada foram, ainda, observados a escoada histórica de 1563 do Pico do Sapateiro (ou Queimado) e os centros eruptivos históricos de 1652, junto ao Pico do Fogo, a N da vila da Lagoa.