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16-12-2022 17:00
Marte
Marte: Insight regista o maior sismo alguma vez detetado no planeta

Um estudo recente sobre a sismicidade em Marte, publicado na revista científica Geophysical Research Letters, mostra que um sismo ocorrido em maio deste ano foi o maior sismo alguma vez registado no planeta, tendo sido cinco vezes maior que o sismo recordista anterior.

A origem deste evento não é clara, mas foi definitivamente peculiar. Além de ser o sismo mais poderoso registado em Marte, foi, também, o mais longo, fazendo o planeta vermelho vibrar durante 10 horas.

Segundo o sismólogo John Clinton, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia na Suíça, "a energia libertada por este único martemoto é equivalente à energia acumulada de todos os outros martemotos registados até agora". Esclarece ainda que, embora o evento tenha ocorrido a mais de 2.000 km de distância, as ondas registadas no InSight tinham uma grande amplitude, quase saturando o sismómetro.

Esta nova análise do sismo determinou uma magnitude de 4,7. O sismo recordista anterior, detetado, em agosto de 2021, teve magnitude 4,2.

A magnitude pode não ser tão elevada como alguns dos sismos mais energéticos que afetam o planeta Terra, onde o terramoto mais poderoso alguma vez registado atingiu uma magnitude de cerca de 9,5. No entanto, Marte era um planeta considerado sismicamente inativo até que a sonda InSight da NASA começou a registar sismicidade no seu interior no início de 2019.

Embora Marte e a Terra tenham muito em comum, existem algumas diferenças realmente importantes. Marte não tem placas tectónicas nem um campo magnético global coerente, o que sugere que não haja muita atividade no seu interior. O campo magnético da Terra é teorizado como o resultado da convecção térmica interna.

A InSight revelou que Marte não é tão sismicamente silencioso quanto se pensava, sugerindo atividade vulcânica sob a região de Cerberus Fossae, onde o módulo InSight está instalado para monitorizar o interior do planeta.

A forma como as ondas sísmicas se propagam no interior e à superfície de um planeta pode ajudar a revelar variações de densidade no seu interior, isto é, possibilitam determinar a estrutura do planeta. As centenas de sismos registados pela InSight também permitiram que os cientistas construíssem um mapa do interior marciano.

O sismo de maio pode ter sido apenas um evento sísmico, mas foi importante, uma vez que, pela primeira vez, foi possível identificar ondas superficiais, isto é, ondas sísmicas que viajam ao longo da crosta e do manto superior, que viajaram várias vezes ao redor do planeta. Noutros dois outros artigos do mesmo volume da Geophysical Research Letters, equipas de investigadores analisaram essas ondas para tentar entender a estrutura da crosta de Marte, identificando regiões de rocha sedimentar e possível atividade vulcânica no interior da crosta.

O sismo de magnitude 4,7 de maio deste ano localizou-se perto da região de Cerberus Fossae, e não pode ser correlacionado com nenhuma estrutura óbvia à superfície. Isso sugere que pode estar relacionado a algo escondido sob a crosta. Por outro lado, os sismos marcianos têm, geralmente, uma frequência alta ou baixa, a primeira associada a tremores rápidos e curtos e a segunda a ondas mais longas e profundas com amplitudes maiores. Este sismo combinou ambas as faixas de frequência, e os investigadores ainda estão a tentar perceber a razão. No entanto, é possível que sismos de alta e baixa frequência previamente registados e analisados separadamente possam ser duas partes do mesmo evento sísmico. Assim, os investigadores precisam repensar como os martemotos são compreendidos e analisados, revelando ainda mais segredos escondidos sob a superfície marciana.



Fontes


Science Alert

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