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Referência Bibliográfica


SILVA, R.F., MARQUES, R., ZÊZERE, J.L. (2022) - Análise da distribuição espacial, temporal e do impacto de movimentos de vertente na ilha de São Miguel (Açores) no período 1900-2020. XV Encontro Nacional de Riscos, Povoação, 4 e 5 de novembro.

Resumo


​Desde o povoamento da ilha de São Miguel, em meados do século XV, há registo da ocorrência de movimentos vertente, alguns com elevado impacto socioeconómico. Neste trabalho, foi efetuada a análise espacial, temporal e do impacto dos eventos de instabilidade geomorfológica contidos na base de dados NATHA (Natural Hazards in Azores) para o período 1900–2020, inventariados com base em relatos históricos, livros, artigos científicos, teses, relatórios técnico-científicos e jornais.
 
Foram catalogados 254 eventos de instabilidade geomorfológica que provocaram perdas humanas e materiais na ilha de São Miguel. Com base nos eventos catalogados verifica-se que não existe um incremento regular e/ou padrão na distribuição dos eventos ao longo do tempo, observando-se uma concentração entre 1930 e 1949 e após 1977. Os eventos foram responsáveis por 82 mortos, 40 feridos, 234 desalojados e 60 casas parcial ou totalmente destruídas. O concelho da Povoação regista 79 eventos com caráter danoso, seguindo-se os concelhos da Ribeira Grande e Ponta Delgada com 75 eventos, Vila Franca do Campo com 46 eventos, Nordeste com 27 eventos e por último Lagoa com 22 eventos.

Embora se verifique uma relativa homogeneidade no número de eventos nos concelhos da Povoação, Ribeira Grande e Ponta Delgada, o mesmo não se verifica no impacto causado. No concelho da Povoação foram contabilizadas 48 vítimas mortais, 19 feridos, 11 casas destruídas e 40 desalojados; no concelho de Ponta Delgada 14 vítimas mortais, 14 feridos, 24 casas destruídas e 171 desalojados; na Ribeira Grande 8 vítimas mortais, 5 feridos, 16 casas destruídas e 21 desalojados; em Vila Franca do Campo 7 vítimas mortais e 2 casas destruídas; no Nordeste 3 vítimas mortais e 2 feridos; e na Lagoa 2 vítimas mortais, 7 casas destruídas e 2 desalojados.

A precipitação corresponde ao fator desencadeante responsável por 69% dos eventos catalogados, seguindo-se a erosão do mar (9%), os fatores antrópicos (4%) e os sismos (2%). Os casos em que não foi possível discriminar o fator desencadeante correspondem a cerca de 16% dos eventos. Os eventos de instabilidade geomorfológica ocorrem maioritariamente nos meses mais chuvosos do ano (novembro a março) que abrangem cerca de 76% dos eventos catalogados.

Observações


Anexos