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em Vulcanologia e Avaliação de Riscos
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Teses ► Mestrado

 

Referência Bibliográfica


PONTE, D. (2013) - Contribuição para o conhecimento das sequências eruptivas dos vulcões do Fogo e das Furnas, entre Ribeirinha e Lomba da Maia, São Miguel (Açores). Dissertação​ de Mestrado em Vulcanologia e Riscos Geológicos, Universidade dos Açores, 102p.

Resumo


​O arquipélago dos Açores situa-se no oceano Atlântico Norte, na intersecção das placas litosféricas Norte Americana, Euroasiática e Africana, cuja geodinâmica proporcionou a origem vulcânica das suas ilhas. A ilha de São Miguel edificou-se em diversas fases, com a formação de sistemas vulcânicos centrais e fissurais que deram origem a uma grande diversidade de produtos variando desde as composições mais básicas às ácidas.

Neste contexto, os vulcões do Fogo e das Furnas são dois dos três vulcões centrais activos da ilha de São Miguel, formando, em conjunto com o Sistema Vulcânico Fissural do Congro, a parte central da ilha. Os edifícios do Fogo e das Furnas formaram-se e evoluíram num registo de grande diversidade de estilos eruptivos, materializados quer em actividade associada ao vulcanismo de natureza basáltica, presente no vulcanismo basal em escudo e/ou posteriormente na actividade eruptiva essencialmente desenvolvida nos seus flancos, quer no vulcanismo de natureza mais evoluída, com a produção de lavas e actividade explosiva de natureza traquítica, essencialmente associada às caldeiras daqueles vulcões. 

A estratigrafia da costa norte da zona central da ilha de São Miguel tem sido essencialmente estudada no contexto do Vulcão do Fogo. Por outro lado, os estudos da estratigrafia do Vulcão das Furnas têm-se concentrado, essencialmente, na zona das suas caldeiras e do seu flanco sul. A abertura de novas estradas no norte da ilha possibilitou a exposição de novos cortes geológicos, passíveis de documentação estratigráfica mais detalhada.

O presente trabalho teve como objectivo principal a documentação e o estabelecimento de correlações estratigráficas na costa norte da zona central da ilha de São Miguel, de modo a tentar contribuir para um maior conhecimento da relação entre as estratigrafias dos vulcões do Fogo e das Furnas, neste sector da ilha.

Documentou-se, em mais de sete dezenas de cortes geológicos, uma grande diversidade de produtos vulcânicos que, com base nas interpretações efectuadas por outros autores para os vulcões do Fogo e das Furnas e nas informações recolhidas neste trabalho, permitiu um melhor entendimento da estratigrafia desta região. Neste sentido, propôs-se uma organização estratigráfica em três unidades principais para a área de estudo, as quais foram devidamente enquadradas no âmbito das estratigrafias anteriormente propostas para os vulcões do Fogo e das Furnas.

De um modo geral e nesta região, os produtos vulcânicos de natureza ácida são predominantes quer sobre a forma de escoadas lávicas, quer de depósitos piroclásticos. Nas zonas costeiras observam-se unidades ignimbríticas importantes: Ignimbrito de Santa Iria e Ignimbrito da Viola. As escoadas lávicas basálticas têm maior representatividade no sector leste da área estudada, a partir da freguesia de S. Brás.

Foi possível complementar os dados estratigráficos das Formações do Porto Formoso, Chã das Gatas e Coroa da Mata, definidas por Wallenstein (1999) e propor uma nova unidade vulcanoestratigráfica: a Formação de S. Brás.

Na área em estudo foram identificados depósitos, descritos como pertencentes aos últimos 5 000 anos da história dos vulcões do Fogo e das Furnas, tendo ainda sido caracterizados outros depósitos que não foi possível identificar, mas que foram igualmente enquadrados como de menor idade do que a Formação do Fogo A.

Observações


Anexos