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Instituto de Investigação
em Vulcanologia e Avaliação de Riscos

Teses ► Mestrado

 

Referência Bibliográfica


BARATA, U. (2003) – Contribuição para a monitorização sísmica de um sistema vulcânico activo – Sete Cidades, S. Miguel, Açores. Dissertação​ de Mestrado em Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos, Dep. Geociências, Universidade dos Açores, 123p.

Resumo


O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas que se distribuem por três grupos (Ocidental, Central e Oriental) e que se dispõem linearmente numa direcção predominante NW–SE, ao longo de mais de 500 km. Situado numa região muito peculiar, no que respeita ao seu enquadramento geodinâmico, por se localizar numa região de confluência de três grandes placas (Americana, Eurasiática e Africana). Como consequência, este arquipélago da Macaronésia tem apresentado desde o seu povoamento, níveis de actividade sísmica e vulcânica bastante significativos.
 
Neste contexto, tem sido feito, nos últimos anos, um esforço considerável para garantir uma melhoria dos sistemas de monitorização sismovulcânica da região, materializada pela criação do Sistema de Vigilância Sismovulcânica dos Açores (SIVISA), organismo que surgiu a partir de um protocolo efectuado entre duas instituições, Universidade dos Açores e Instituto de Meteorologia e pela implementação de diversos programas de investigação. Actualmente o SIVISA, com 38 estações sísmicas distribuídas por oito das nove ilhas do arquipélago, possui uma boa rede regional, necessitando de ser complementada por redes locais, distribuídas em torno dos principais vulcões centrais activos e com sensores de resposta estendida a frequências mais baixas, com registo digital no local, por forma a detectar, com maior acuidade, os sinais sísmicos característicos de sistemas vulcânicos activos.
 
Este tipo de sinais, para além de se poder relacionar com processos de ruptura frágil de dimensão limitada, pode gerar-se na sequência de perturbações sísmicas envolvendo o transporte e/ou a pressurização de fluídos magmáticos, sintomáticas de uma reactivação do sistema. Outros tipos de sinais podem igualmente ser registados durante a actividade eruptiva como, por exemplo, os associados às explosões vulcânicas ou ao transporte de produtos vulcânicos ao longo das vertentes do vulcão.
 
O Vulcão das Sete Cidades é um dos três vulcões centrais activos da ilha de São Miguel e apresenta-se como sendo o mais activo dos últimos 5000 anos, com 17 erupções intracaldeira (Queiroz, 1997). Por tal motivo, e por razões de ordem operacional, foi para este sistema vulcânico que se concebeu um projecto (VULTEC – Caracterização de sinais sísmicos associados a sistemas vulcano-tectónicos) para a implementação de uma rede sísmica local para vigilância sismovulcânica, telemetria digital, financiado pela Direcção Regional da Ciência e Tecnologia, ao abrigo do programa PRADIC (Plano Regional de Apoio ao Desenvolvimento da Investigação Científica).
 
O presente trabalho, inserido no referido projecto e numa filosofia inerente a uma monitorização sismovulcânica mais efectiva, experimental e inovadora, teve como objectivos principais, o desenho de uma rede sísmica em torno do Vulcão das Sete Cidades e a selecção dos locais para a instalação das futuras estações que irão constituir esta nova rede de vigilância. Para tal, foram encontradas e testadas soluções de compromisso entre uma geometria desejável, um enquadramento geológico o mais favorável possível, a existência de acessos e o relativo baixo ruído sísmico de natureza antropogénica.
 
Os resultados, a obter com esta solução de rede, serão então devidamente analisados e adaptados a outros vulcões da região, tendo sempre presente que cada vulcão tem características muito próprias e apresenta condicionalismos intrínsecos.

Observações


Anexos