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geologia dos açores

 

 Vulcão das Furnas

Sumário


O Vulcão Furnas fica situado no sector leste da ilha de S. Miguel e corresponde a um vulcão poligenético com caldeira, parcialmente ocupada pela designada Lagoa das Furnas. No interior da caldeira observam-se, numerosos cones de pedra pomes, maars (s.l) e domos lávicos.
 
A depressão central do Vulcão Furnas resulta da existência de duas caldeiras embutidas, geradas no decurso de importantes erupções paroxismais. A caldeira externa, mais antiga, apresenta um diâmetro de 7 km por 5,5 km, tendo-se formado há cerca de 30.000 anos. O seu bordo encontra-se bem preservado a norte e a nordeste, enquanto que a sul se torna quase imperceptível. A caldeira interna, mais recente, tem aproximadamente 4,5 km por 3,5 km de diâmetro e formou-se há cerca de 10.000 a 12.000 anos. O seu bordo encontra-se bem preservado a noroeste e menos definido a sul.
 
A história eruptiva subaérea deste vulcão tem cerca de 100.000 anos e está materializada pela alternância de depósitos vulcaniclásticos, escoadas piroclásticas e escoadas lávicas, produzidos durante episódios de colapso e de enchimento que envolveram uma grande diversidade de estilos eruptivos. Nos últimos 5.000 anos ocorreram pelo menos 10 erupções traquíticas explosivas intracaldeira, sendo a de maior magnitude a que originou o depósito Furnas C, datado de há cerca de 1870±120 B.P. e cujo centro emissor corresponde à depressão onde se edifica a freguesia das Furnas. A actividade eruptiva mais recente está representada pelas erupções históricas de 1439-43 (Pico do Gaspar) e de 1630, ambas de natureza freatomagmática, sub-plinianas, caracterizadas pela extrusão de um domo traquítico na sua fase terminal.
 
O Vulcão Furnas exibe uma extensa área de desgaseificação marcada pela presença de quatro campos fumarólicos principais, e de várias nascentes minerais frias e termais, reflexo do sistema hidrotermal que lhe está subjacente. No interior da caldeira situam-se os campos fumarólicos da Lagoa das Furnas, da freguesia das Furnas e da zona da Ribeira dos Tambores e no flanco sul do vulcão destaca-se o grupo de fumarolas da Ribeira Quente que compreende diversos focos dispersos ao longo da ribeira e da freguesia com o mesmo nome e que se estende para o mar.​

Bibliografia Recomendada


BOOTH, B., CROASDALE, R. e WALKER, G. (1978) – A quantitative study of five thousand years of volcanism on S. Miguel, Azores. Phil. Trans. R. Soc. Lond., 228, pp. 271-319.
 
FERREIRA, T. and OSKARSSON, N. (1999) – Chemistry and isotopic composition of fumaroles discharges of Furnas caldera. Journal of Volcanology Geothermal Research, 92, pp. 169-179.
 
GASPAR, J.L., FERREIRA, T., QUEIROZ, G., WALLENSTEIN, N., PACHECO, J., GUEST, J., DUNCAN, A. and COLE, P. (1995) - Evolução morfoestrutural do vulcão das Furnas (ilha de S. Miguel, Açores). IV Congresso Nacional de Geologia. Universidade do Porto, Faculdade de Ciências, Museu e laboratório Mineralógico e Geológico, Membrane 4. pp. 999-1003.
 
GUEST, J.E., GASPAR J.L., COLE P.D., QUEIROZ G., DUNCAN, A.M., WALLENSTEIN, N., FERREIRA, T. and PACHECO, J.M. (1999) - Volcanic geology of Furnas Volcano, São Miguel, Azores. Journal of Volcanology Geothermal Research, 92. pp. 1-29.
 
QUEIROZ, G., GASPAR, J., COLE, P., GUEST, J., WALLENSTEIN, N., DUNCAN, A e PACHECO, J. (1995) – Erupções vulcânicas no Vale das Furnas (Ilha de S. Miguel, Açores) na primeira metade do Século XV. Açoreana. Angra do Heroísmo. VIII:1. pp. 131-137.
 
VIVEIROS, F. (2003) – Contribuição para o estudo dos processos de desgaseificação difusa nos Açores no âmbito da monitorização sismovulcânica e da avaliação do risco: discriminação de factores que influenciam a variação do CO2. Tese realizada no âmbito do mestrado em vulcanologia e riscos geológicos. Universidade dos Açores, Departamento de Geociências, 140 p.​